Sábado, 30 de Junho de 2007

Embaixador da Felicidade

 

 

E se alguém, algum dia, lhe perguntar a definição de felicidade? Conseguirá responder?
É muito difícil, não é?
Não que nós não saibamos, mas porque a definição de felicidade não é generalizada, não tem uma cor, um cheiro, uma marca, uma regra universal. Ela é vista e moldada à imagem de cada indivíduo, de maneira a preencher as pretensões do mesmo, as suas manias, os seus caprichos, os seus desejos e as suas ambições.
A felicidade está sempre ligada ao estado de espírito, na maior parte das vezes interligada com uma visão romântica de como queríamos que a nossa vida fosse e quase sempre inalcançável.
Será tão difícil assim, atingir a felicidade? Essa coisa tão clara e tão abstracta?
Façamos uma reflexão: a felicidade não será tão mais difícil de alcançar quanto maior for o grau de exigência que impusermos? Pense bem!
Eu acredito que sim! As pessoas mais felizes são aquelas que são mais simples, mais despreocupadas com pormenores supérfluos e mediáticos.
Ouço muitas vezes as pessoas comentarem que eram felizes se tivessem aquele carro ou aquela casa que vêem nas revistas, com aquela mulher ou aquele homem das passerelles, com aquele emprego tão gratificante a nível social e monetário, etc., e quando por ventura deixam de ter saúde, ou ficam desempregadas, ou perdem um ente querido, ou algo acontece provocando dificuldades financeiras, aí sim, começam a dar valor ao que tinham e não ao que desejavam ter.
Este fenómeno acontece devido às grandes pressões da sociedade de consumo pela via da comunicação televisiva, pelos grupos sociais, pelo meio em que vivemos, fazendo-nos esquecer de dar valor ao que temos no presente. Passamos a viver em função do que não temos, passamos a ser cegos, obcecados, e viciados no objectivo de ter mais e mais. Quando finalmente esse objectivo é atingido, em vez de satisfeitos com a apelidada felicidade, passamos a ter outro objectivo maior e mais audaz (visto o último já não ter o mesmo interesse ou estar antiquado), descurando os afectos de quem nos quer bem e de quem precisa da nossa atenção.
Isto não é felicidade, é ambição desmedida.
Penso que o que importa é dar valor a quem temos em nosso redor, fomentando as relações familiares e de amizade, convívio e bem-estar, antes que seja tarde e esse convívio se transforme em eterna lembrança.
Dar valor ao que temos é dar valor ao presente e à felicidade existente, porque por mais projectos que existam, o presente é real e o futuro, uma incógnita.
De maneira alguma quero dizer que as pessoas acabem com os sonhos e os seus projectos, não! Isso seria como rejeitar a busca de uma realização pessoal, um objectivo de vida.
O que pretendo dizer é que não devemos buscar a felicidade naquilo que não temos, ignorando e menosprezando o que possuímos e quem nos rodeia.
 
Na minha opinião, quem for dotado desta capacidade, é provavelmente mais um sério candidato a Embaixador da Felicidade.
 
Sejam Felizes!
publicado por Paulo Batista às 12:58
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Segunda-feira, 18 de Junho de 2007

Falta de tempo para viver

Como eu gostaria de ter mais tempo para viver….sim, viver. Viver a vida! Aproveitar os momentos bons que nos passam despercebidos, de usufruir cada segundo que passa e que não será possível recuperar. Usufruir da companhia da família e de amigos que cada vez mais é menos frequente o convívio. Ir a um cinema. Já não vou a um cinema há bem uns…hummmm….deixa ver…...não sei, muitos meses, certamente mais de 6 meses. Estou eu a pensar no cinema…..e os filhos que se queixam de não andar de bicicleta com eles? E uma saída á praia? Uma saída a sós com o nosso Amor para namorar um pouco? E aquela visita que já prometemos a um familiar que vive em outra cidade e que temos vindo a arranjar desculpas por não termos tido oportunidade de concretizar? E aquelas actividades que tantos de nós gostam de fazer, como pescar, caminhar na serra, andar de bicicleta, ler um livro?
Já aconteceu não terem tempo? A mim também.
Não sei se será má gestão de tempo, se será falta dele. Tenho observado que desse mal não sou o único a sofrer, pelo contrário, estou acompanhado de uma sociedade inteira que sofre de falta de tempo.
Quais as razões para tal sucedido? São tantas….Excesso de trabalho, distância do local de trabalho, prazer no trabalho, preguiça de sair de casa, comodismo, falta de dinheiro, vida agitada, problemas de saúde, isolamento, stress, etc.
Mas, então pergunto, se todas as pessoas tem falta de tempo e a vulgaridade das causas serem tão óbvias, isso passa a ser uma situação normal, corriqueira e menos importante? E uma situação normal ou habitual, não carece de atenção? Mesmo que esteja a prejudicar tanto a vida em sociedade? E como dar a volta a isto?
Tenho algumas ideias para troca, mas primeiro, mas gostaria de apelar á vossa participação e solicitar que partilhem algumas sugestões ou truques para ter mais tempo disponível e para gerir melhor este pouco tempo que temos. Opiniões, que poderão ajudar outras pessoas a superar algumas necessidades e dificuldades do dia-a-dia.
Vá lá, diga-nos o que poderiam fazer as pessoas para ganhar tempo ou atitude para viver a vida.
publicado por Paulo Batista às 01:31
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Terça-feira, 12 de Junho de 2007

Casamento / Divórcio

divorcio-can.jpgO casamento é nada mais, nada menos do que um compromisso.

O divórcio é nada menos, nada mais do que uma rescisão desse compromisso. 
Mas talvez não seja nem uma coisa nem outra.
Tenho vindo a constatar que a taxa de divórcios tem vindo a aumentar abruptamente de alguns anos a esta data, numa velocidade estonteante, e com um aumento mais acentuado nos primeiros anos de matrimónio.
A que se deve este facto? Qual a razão de uma extinção dos sentimentos amorosos tão repentina? Acho sinceramente que este assunto deve ser bem ponderado, não só pelos que ainda estão solteiros, como por aqueles que já passaram por este acontecimento que é o casamento.
A liberdade de expressão, a possibilidade de escolha, a gestão de carreiras, o sucesso profissional, e muitos outros factores que não mencionei mas que são de igual modo importantes, condicionam totalmente a relação entre duas pessoas. Esta simbiose de factores dos quais não nos podemos aliar, transforma tudo aquilo que foi projectado levando muitas vezes à fácil conclusão de que as relações são tanto mais conflituosas, quanto maior for o tempo de convívio e menor espaço partilhado.
O que se quer dizer com isto?
Quer dizer que na fase de namoro e paixão, onde os sentimentos estão apenas direccionados para a parte afectiva e física, os conflitos não se manifestam com a sua real dimensão, pois estão jogados para segundo plano e não são explorados com maior profundidade.
Depois de um compromisso onde o casal se predispôs a coabitar num recinto comum, partilhar alegrias e tristezas, responsabilidades morais, conjugais e monetárias, aprender e partilhar experiências, sucessos, frustrações, as dificuldades vão aumentando de uma maneira acentuada, principalmente para quem nunca teve nenhuma experiência no que toca à independência e autonomia.
É um desafio muito grande conseguir uma harmonia matrimonial onde o respeito pelo outro seja o elemento preponderante para o sucesso de uma relação.
Penso que só uma preocupação constante e voluntária com o bem-estar do outro, com uma atitude positiva em prol da comunicação entre o casal é que é responsável pelo conhecimento mútuo, pela facilidade de resolução de problemas pela via democrática e de cooperação, pela concretização de um projecto comum em que cada indivíduo se vê forçado a abdicar da sua identidade.
Uma das condições essenciais para o sucesso de uma relação, na minha opinião, é a da comunicação, do respeito pelo outro, e da vontade de querer resolver em conjunto os problemas que surjam, desde os mais íntimos aos mais triviais.
Quando isso não acontece, quando não existe mais esta cooperação entre o casal, o que normalmente acontece é o pior.
Não o divorcio!
Mas sim o nascer da falta de confiança, o crescer do individualismo, a constatação da ausência de objectivos em comum, a inexistência de comunicação e a proliferação de um sentimento de angústia, frustração e sofrimento.
Após o sufoco que a relação vai sofrer com estas diferenças, inevitavelmente acontece o previsto, o divórcio.
Ainda nesta fase, podem agir com sensatez, tentando remendar a situação num último esforço, ou tomar como certa a inevitável separação, agindo com dignidade e respeito pelo outro, mentalizando-se que só têm a perder com o litígio, principalmente quando há crianças pelo meio.
Infelizmente tenho tido algum contacto com situações do género entre amigos, e atribuo o fracasso de uma relação, exclusivamente à falta de comunicação entre o casal.
Quando a relação não dá certo apesar de uma boa comunicação, o fim é dado com ponderação, respeito pelo outro e com a consciência de se ter feito o que se podia, chegando à conclusão de que ambos ficam a ganhar com o divórcio, dando a si próprios uma segunda oportunidade de recomeçar de novo.
 
Muito mais poderia ser dito.
E com isto chego a algumas conclusões pessoais, as quais passo a citar:
 
 - É mais sensato viver com quem gostamos durante uma temporada antes do casamento, possibilitando o adquirir de conhecimento de uma vida a dois, com tudo o que é bom e mau, tornando-se mais fácil e ponderada a tomada de decisão.
 
- Embora não tenha nada contra o casamento, muito pelo contrário, considero que numa situação em que a relação inevitavelmente se degrada, pode tornar-se um factor demasiado pesado para tomar uma atitude sensata, provocando o aumento da angústia.
 
 - O casamento pela Igreja é uma manifestação de crença religiosa e/ou apenas tradição.
 
 - O casamento civil é nos dias actuais um acordo nupcial (pois existem e são reconhecidas por lei, as uniões de facto).
 
 - É imprescindível a comunicação entre o casal, a sinceridade e confiança mútua depende disso e consequentemente, uma relação saudável.
 
 - Se for tomada a difícil decisão de divórcio, é preciso mentalizar-se que independentemente da separação ser amigável ou litigiosa, tem tudo a ganhar, pois não teriam certamente uma vida saudável com o continuar uma relação baseada na divergência e descontentamento mútuos, e não está descartada a possibilidade de uma reconciliação futura, mais adulta, munida de uma predisposição saudável para não repetir erros antigos.
 
 - Por vezes uma separação, por mais dolorosa que seja, é a atitude mais acertada a tomar para o bem de todo o agregado familiar.
 
Em vez de apelidarmos o assunto do casamento e do divórcio, falemos antes da presença do “Amor ou da ausência dele”, servido esta designação standard para todo o tipo de relações.
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publicado por Paulo Batista às 02:13
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Domingo, 3 de Junho de 2007

Limpeza de matas e pinhais

Todos os anos é a mesma coisa, fogos, fogos e mais fogos. Acho que estamos todos saturados dos fogos. E então porque não combatê-los antes deles acontecerem? Ou melhor, porque não evitá-los?
É frequente ouvir dizer que antigamente não havia tantos fogos, e hoje em dia é o que se vê. É verdade que havia menos fogos sim senhor, mas também é preciso ter presente que havia um maior cuidado com as matas e terrenos. Todo o combustível natural existente nos pinhais era recolhido e utilizado nas habitações, tanto para aquecimento, como para o gado e em adubo biológico. Também é certo que havia mais gente a trabalhar nas terras, o que possibilitava a limpeza de matos, e ainda é um facto que os meios de comunicação andam nos dias de hoje demasiado em cima do acontecimento, possibilitando que o conhecimento destes fogos chegue a nossas casas tão rapidamente e com tanto realismo. É ainda verdade que há mais falta de civismo e consciência das populações, que deitam lixo pela janela fora, que deixam sacos de lixo espalhados e que servem de rastilho ao fogo.
Também não podemos deixar de notar que a temperatura do planeta está a aumentar, sendo simultaneamente a causa e consequência da maior parte dos fogos.
São todos estes factores que levam a que hoje se questione o porquê de haver tantos fogos.
Por vezes pergunto-me, porque carga de água é que quem tem terrenos não os limpa? Porque os deixam ao abandono? Porque o Estado não aplica as multas? Porque não os confisca caso não haja limpeza? Estão apenas à espera da valorização dos terrenos para construção? Ou mais uma vez à espera de subsídios para quem sabe limpar o que é da obrigação dos seus donos? Porquê?
Alguma coisa tem de mudar….
Os proprietários dos terrenos com vegetação deveriam pensar que podem até ter lucro nas limpezas dos terrenos, basta para isso organizarem-se e começarem a criar equipas de limpeza e recolha da biomassa em excesso e vender a fábricas com fornos, pois são grandes consumidores de combustíveis, vender para empresas agrícolas para o gado ou fertilizantes naturais.
Desta maneira estariam a contribuir para a poupança de energia, a utilizar os recursos naturais, a prevenir incêndios, a proteger os seus terrenos e sobretudo a salvar vidas das populações e dos bombeiros que se arriscam para salvar pessoas e bens.
Se todos pensarmos nisto e lutarmos para a consciencialização da população, então sim, estaremos a contribuir para o bem-estar do país e para o nosso bem-estar também.
Na minha opinião, a falta de civismo, o desleixo consciente, o abandono, a conivência, a despreocupação sobre o estado dos terrenos por parte dos seus donos, deveria ser considerado como crime contra a natureza e contra a humanidade, pois a indiferença existente põe as populações, as organizações e o habitat em risco de sobrevivência.
 
Todos podemos fazer algo para mudar a situação, temos é de começar, e JÁ!
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publicado por Paulo Batista às 18:18
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