Bons tempos esses, quando chegava o fim-de-semana e juntávamos os amigos para ir a um bar beber uns copos e ver música ao vivo.
Bares como o Yellow, o Seca Meca, o Manel, os Vicentes, o Panaceia, o Estrebaria, o Via Sacra, o Ponto Final, o Foz Bar, o Pharmácia e muitos outros, juntavam grupos desconhecidos, dos quais saíram grandes músicos e cantores tais como Paulo Fernando (teclista), David Fonseca e Rui (Silence 4), os Meninos d’Avó, Quinta do Bill, João Portugal, Emanuel, e tantos outros que desconheço o nome, mas com os quais saboreei imensas vezes as lindas vozes e canções que nos traziam.
Era um ambiente de convívio em que todas as pessoas cantavam, brincavam e desfrutavam de uma verdadeira noite entre amigos.
Lembram-se do Prócopo? Lá atrás da Proalimentar, completamente escondido, e camuflado naquele “bosque” envolvente como que protegendo a clandestinidade daquela casa que não se considerava um bar, mas sim de um local à porta fechada, só para amigos.
“Não é um bar, estamos apenas numa festa de amigos”, era o que circulava como que um apelo à cumplicidade na intenção de perpetuar o local aberto e com o mesmo tipo de ambiente. A Etelvina (dona da casa), quando estava a “delirar” com uma música ou com as conversas de algum amigo e alguém a solicitava a vir à mesa para pedir algo, chegava a dizer “queres uma imperial? Um chouriço assado? Então vai ali ao balcão e tira tu que eu estou muito ocupada”.
Posso garantir-vos que em mais nenhum local além do Prócopo senti o que chamo e identifico como Tertúlia. Era um local fantástico em que as paredes eram literalmente um álbum de recordações, decoradas com capas de estudantes, fitas, guitarras, poemas, desenhos, caricaturas, guardanapos com piropos, fotografias de noites de farra, frequentadas por fadistas, desenhadores, músicos, poetas, escritores, bom vivants, que tinham a excelente característica de atiçar o convívio e a partilha da alegria.
Qualquer pessoa poderia ir ao canto da sala, pegar na viola e tocar, surgindo imediatamente cantares espontâneos dos presentes, bem regados de vinho e de uns petiscos. “Canta aí uma do Zeca, do Vitorino, ou do Fausto…”
Enfim, acho que esses ambientes desapareceram, não voltam mais, a não ser que alguém os ressuscite num gesto não comercial e mais cultural.
Aiiii que saudades….!!!!!!!!!!
24-04-2007
De
Ana a 27 de Abril de 2007 às 18:16
Ai que saudades do Procópio!!!
Quantas noites lá passei com amigos, a cantar, a conviver, a jogar o trivial (foi nessa altura que apareceu!), a petiscar...!
Que noites bem passadas, em roda da lareira a conviver de modo bem saudável!!!
Ai que saudades...!!!
'Ni
De
cefstar a 28 de Abril de 2007 às 03:20
É verdade sim senhor ... bons e velhos tempos em que o importante era o convívio , o ambiente ... as conversas, as canções ... um bom petisco as 2:00 da manhã ... enfim ... hoje em dia o que interessa é uma boa discoteca, com música dos "martelos" sempre a bombar ... muita bebida até cair ... agora perder tempo com jogos de mesa e conversas para boi dormir ... onde iremos parar ???
Abraço 
De Nuno a 12 de Agosto de 2008 às 10:49
Eu gostava muito do pátio das cantigas e de lá beber uns cervejões e sangrias à palhinha enquanto outros agarravam na viola :)
Olá Nuno. O pátio das cantigas foi um bar muito bom, além do bom ambiente que havia, ainda podíamos comer uns petiscos deliciosos. Uma noitada de farra. Hoje esse ambiente já não existe, mas no mesmo local podes comer Muamba e Cachupa que são de se tirar o chapéu.
Experimenta !!!!!
De ramakien a 26 de Fevereiro de 2009 às 17:51
E o belo do dolce vita nde se comiam os belos peitinhos de galinha e os chouriços assados ....
Haaaaaaaaa o Dolce Vita, espetáculo, ali mesmo junto á junta de freguesia. Onde ao final da noite um petisco, uma cerveja e os amigos á volta valiam mais do que uma ida á discoteca.
Como poderia esquecer?
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